quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Como se comportar diante de uma abordagem policial

A abordagem policial é sempre considerada um momento crítico, tanto para policiais como para a pessoa abordada. O policial nunca sabe exatamente o que ele irá encontrar. O abordado, pelas inúmeras histórias de tragédias, teme pela sua vida. Afinal de contas nenhum cidadão quer estar diante do cano de uma arma de fogo, não é mesmo. Mas, infelizmente, ninguém traz escrito na sua testa que é uma pessoa de bem, que não representa nenhum risco para a segurança do policial. Em toda abordagem policial, o principal aspecto, para todos, é a compreensão, o equilíbrio e muito bom senso. A polícia precisa entender que a sua missão é proteger vidas e não colocar temor em ninguém, ao passo que o cidadão precisa saber agir corretamente, e não reagir bruscamente por qualquer motivo na hora da abordagem. De acordo com orientações do CICV - Comitê Internacional da Cruz Vermelha, o policial sempre deve identificar ou criar uma área de segurança para onde deve trazer[1] o cidadão em atitude suspeita ou infrator, e jamais entrar num local controlado pelo infrator ou que não tenha sido considerado “limpo” pela polícia. Quando o policial dá ordens, ele tem em mente esse objetivo, que se resume na minimização de todas as possibilidades de risco. Ainda ensina o comitê que ao usar uma arma de fogo, o infrator considera apenas seus próprios interesses, enquanto[2] o policial deve considerar seu uso em relação a três grupos de pessoas, na seguinte ordem de importância: 1º - O PÚBLICO 2º - OS POLICIAIS 3º - O INFRATOR Apesar do direito à vida ser igual para todos e não haver distinção entre o valor de cada vida, independente de sua condição social, econômica ou legal, durante a abordagem policial o policial precisa ter em mente que a integridade física dos cidadãos que se encontram no local é mais importante que a sua, por isso todas as cautelas e técnicas devem ser adotadas para a sua preservação. O policial desenvolve uma profissão de risco, inclusive da sua própria vida. Citando o CICV, a Polícia deve avaliar a situação e assumir riscos, se necessário, a fim de salvaguardar a comunidade[3]. Não se justifica, porém, que o policial assuma riscos para com sua vida, para reduzir os riscos para o infrator. A vida e a integridade do policial é valiosa e não pode ser desprezada diante de um agressor da sociedade. A salvaguarda do público exige dos policiais, que portam armas de fogo, competência[4] ao usá-las, mas não é só isso. É preciso que o policial use métodos seguros[5] para atingir o fim desejado, com o menor risco possível e que, preferencialmente e se a situação permitir, não incluam disparos de arma de fogo. Dentro desse contexto, na hora em que estiver sofrendo uma abordagem policial, recomendamos a todos os cidadão: Obedeça as ordens da polícia, sem questionamento iniciais; Responda claramente às perguntas feitas pela polícia; Procure olhar o tempo todo para o policial que estiver dando as ordens; Em hipótese nenhuma realize movimentos bruscos; Se estiver armado, com as mãos para cima, diga claramente ao policial onde se encontra a sua arma; Procure deixar as mãos o tempo todo bem visível à polícia; Permaneça na posição determinada pelo policial, até que ele permita o seu relaxamento; Não dirija a palavra para o policial, a não ser quando perguntado. Sei que tudo isso para um cidadão de bem é muito constrangedor, mas é necessário para evitar acidentes. Após o término da abordagem, caso se sinta ofendido pela ação da polícia, procure identificar o policial e a sua unidade, para apresentar o caso aos seus superiores. Evite fazer isso ainda no calor e emoção da ação policial. Se preferir adotar essa conduta no local mesmo, espere alguns minutos, até que todos estejam bem calmos e a conversa possa ser amena, afinal de contas todos ali são seres humanos.

Quando a polícia faz abordagens, está pensando sempre na sua segurança!!!

2 comentários:

  1. Os policiais aqui de campinas/SP
    saõ todos mau educados e arrogantes como devo proceder?
    e tbm eles podem me tocar durante a abordagem?

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  2. As cidades pedem socorro

    A Teoria da Janela Quebrada (Tolerância Zero) sustenta a tese de que a violência nas cidades crescem em função do abandono do espaço público. Quando uma praça, um prédio público sofre vandalismo (pichação, destruição, etc.) e as autoridades não tomam as devidas providências, cria-se a sensação de que ali não há autoridade e ninguém está preocupado com a ordem pública e a segurança. E aí vem o efeito borboleta, estabelecendo-se o caos. As ruas de nossas cidades estão entregues a própria sorte, sujas e sem nenhuma segurança para os munícipes. As prefeituras não investem nada, ou quase nada, quando o assunto é policiamento nas ruas. Cidades como Nova York, onde foi aplicado o Tolerância Zero obteve êxito na redução da criminalidade. Aqui, tudo fica nas costa dos estados-membros que comprovadamente não têm conseguido aniquilar a violência urbana que se instaurou definitivamente no coração das cidades. Elas estão prestes a sofrer um infarto, suas artérias estão obstruídas, ruas esburacadas, sujas, trânsito caótico, assalto a bancos, lojas, violência por pura discriminação racial ou de gênero. E o poder municipal assistindo a tudo, como se o cidadão primeiro fosse cidadão do estado-membro para depois se cidadão da cidade. O educador Paulo Freire já dizia: primeiro, somos cidadãos da comunidade, depois, do bairro, depois, da cidade, depois do estado, depois do país e só então nos tornamos cidadãos do mundo. As cidades pedem socorro.

    Silvan Matias
    subinspetor da Gaurda Civil de Recife

    Olinda/PE

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